Quem estiver em Curitiba ou de passagem não deixe de visitar a exposição de Leonor Botterii no Mon = Museu Oscar Niemeyer
De 30 de novembro a 03 de abril
Menina do Campo, 1961 |
Na Curitiba dos anos quarenta, a entrada da mulher na arte era um
desafio. Idêntico era desenvolver uma linguagem própria, sobretudo em um
ambiente ainda preso aos moldes acadêmicos. Leonor Botteri (1916-1998)
venceu esses desafios. Sob a orientação do mestre Guido Viaro, a artista
teceu seu próprio caminho. Desenvolveu o desenho e aprofundou-se na
pintura, “nunca acadêmica”.
Sem Título (menina com boneca azul), sem data |
Introspectiva e meditativa, “Botteri foi aos recônditos da solidão
para construir uma pintura situada entre o expressionismo e a pintura
metafísica”, analisa a curadora Maria José Justino. A ambientação de suas
obras, frequentemente, exibe tons sóbrios e escuros. Assim como expressa
predileção pela produção de retratos, autorretratos e naturezas-mortas.
Temáticas que são enfatizadas nesta exposição, que encerra a Série Artistas
Paranaenses em 2010.
A mostra apresenta
70 obras que exibem a poética original de Leonor Botteri. Em uma seleção
que revela ainda “a qualidade e a intensidade de uma obra quase toda
inédita, singular, que enriquece a história da arte paranaense e brasileira”.
A obra
“Toda a sua pintura, em especial os autorretratos, cria um intervalo
entre visível e invisível, e é nesse intervalo que nasce o sentido”, define a
curadora sobre parte da obra da artista paranaense. Maria José diz que a
pintura de Botteri é esse “ser que vacila, nunca concluída, entreaberta,
instalada no limiar do acontecimento”. Em seu texto de apresentação, a
curadora afirma ainda que a pintura de Botteri é “toda ela alheia ao mundo
cotidiano”.
Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico
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